sábado, 29 de novembro de 2014

Entrevista com Gabriel Freire e Bruno Sullivan, da banda Lanchester

O projeto fez uma entrevista com Gabriel Freire e Bruno Sullivan, respectivamente vocalista e baterista da banda paraense de thrash metalcore Lanchester, que em breve irá tocar aqui no Planeta do Som. Conversamos sobre a banda, sobre as características de suas composições, como eles se encontraram em seus instrumentos e sobre de onde veio a vontade de fazer parte de uma banda, entre muito mais que você descobrirá no texto abaixo.

A banda é composta, além de Gabriel e Bruno, por Tobias Mendes (guitarra solo/vocal de apoio), Felipe Cohen (guitarra base) e Rodrigo Santos (baixo).

Rodrigo Santos, Tobias Mendes, Gabriel Freire, Felipe Cohen e Bruno Sullivan.
P: De onde veio o nome Lanchester?
Bruno: O guitarrista, com a idéia de falar sobre a realidade da vida, usou um nome de uma arma usada na Primeira Guerra Mundial. Nós achamos que era uma boa idéia por caracterizar bem a banda. Na verdade, primeiro pensamos em “Unidade Cinco”, mas outra banda já usava o mesmo nome. Nós nos espelhamos bastante em bandas de Thrash Metal, como, por exemplo, Exodus, Kreator, Metallica, Megadeth, entre outras. Temos o objetivo de passar uma boa aparência ao público.

P: Como vocês se juntaram para formar a banda?
Bruno: Começou na escola... Eu e o atual guitarrista [Tobias] pensamos em montar uma banda. Nos indicaram um vocalista, fui convidado por um amigo para um evento onde conheci o Gabriel, onde logo conversamos sobre a proposta de banda e depois o convidamos para a banda. Foi assim que formamos a banda.
Banda Lanchester em ensaio.

P: Vocês possuem músicas autorais?
Gabriel: Por enquanto temos apenas uma música autoral, cujo nome é “Luta”. Quando entrei na banda, essa música já estava sendo preparada, mas ainda não estava completa. A gente até já mudou várias vezes essa música, até que se encaixasse no nosso estilo. Nós temos vontade de fazer mais músicas autorais, o Bruno (que é o compositor da banda) já tem várias letras, as quais pretendemos usar para nossas futuras músicas.

P: Qual a opinião de vocês a respeito da cena musical independente em Belém?
Gabriel: Acho que as bandas que estão tentando ganhar seu espaço aqui no cenário local underground, até mesmo em um cenário mais popular, deveriam ter um maior incentivo, um  maior apoio. O que vocês fazem no projeto [Planeta do Som] já é um exemplo de apoio às bandas, vocês estão ajudando da melhor forma que podem com os shows e as entrevistas, isso dá um incentivo muito legal para fazer com que as bandas continuem com seus trabalhos, pois muitas chegam ao fim devido à falta de oportunidade, à desvalorização; Aqui em Belém, o rock é muito desvalorizado, pois o pessoal pensa que fazemos tudo de graça; não dá para tocar de graça para sempre, pois queremos viver disso. Nós fazemos isso porque estamos procurando nosso espaço, mas é claro que gente vai querer alguma coisa em troca. Músico é uma profissão como qualquer outra,  como médico, advogado... E ainda tem o público que, na maioria dos casos, desvaloriza as bandas locais e valoriza bandas internacionais que nunca botaram os pés aqui, perdendo muita coisa boa aqui na região.

Banda Lanchester.
P: De onde veio a vontade de formar uma banda?
Gabriel: No meu caso, isso foi desenvolvido na minha pré-adolescência, quando tive uma melhor oportunidade de conhecer mais profundamente diversos tipos de bandas e seus estilos e criar uma identidade à respeito de qual estilo eu me encaixaria melhor, que é o Metalcore, um estilo que eu admiro pra caramba, e que é o estilo que a gente trabalha na Lanchester.
Bruno: Quando eu era menor, sempre me espelhei em artistas internacionais. Logo depois adquiri uma base de conhecimento e decidi que formar uma banda e ser reconhecido era o que eu queria para
a minha vida.

P: Como vocês escolheram seus instrumentos?
Bruno: Meu tio, que era baterista de uma banda, me ensinou a tocar bateria quando eu ainda era pequeno. Ganhei minha primeira bateria aos 6 anos de idade, fui treinando, e aos 10 anos já tocava em uma banda.
Gabriel: Bom, não tive essa facilidade do Bruno em ter um familiar músico, porém meu pai gostava de Scorpions e eu curti o som, tanto que eu só passei a me interessar por música depois disso. Achei uma coisa diferente, mesmo eu sendo moleque, consegui perceber algum sentido naquilo. Mas quando cheguei à pré-adolescência, passei a querer ser vocalista, pois era uma coisa mais acessível, principalmente porque não tinha instrumento. Com o tempo fui aprendendo as técnicas sozinho, pode-se dizer que fui do jeito “errado”, eu apenas passei a tentar fazer e imitar. Isso durou cerca de dois anos, fui treinando e aperfeiçoando, até que percebi que já estava pronto para entrar em uma banda. Mas só porque a gente entrou numa banda não quer dizer que seja uma zona de conforto; a gente sempre quer saber mais, estudar mais.



P: Qual as características das letras de vocês?
Gabriel: Cada integrante vê a vida de forma diferente. Eu, por exemplo, na hora de compor uma música, eu gosto de puxar para o lado romântico, sobre amor e até sofrimento. Já ele [Bruno] fala sobre temas mais atuais. Mesmo compondo de forma diferente da dele, eu gosto muito desse tipo de letra que fala sobre a realidade, acho que é uma forma legal de transmitir pensamentos, opiniões sobre determinado assunto.
Bruno: Eu falo mais sobre problemas sociais, sistema político, instituição, fatos históricos. Eu também gosto de falar bastante o confronto entre a religião e a ciência. Eu gosto de explorar os assuntos atuais que são de grande repercussão. Por exemplo, tem uma banda que eu sou muito fã, o Project46 (que até estão fazendo shows lá fora), que fala muito sobre os problemas que o nosso país enfrenta hoje em dia.
Gabriel: Estávamos conversando em algumas reuniões, sobre a possibilidade de abordarmos fatos históricos que chocaram o mundo ou até mesmo informar muitos que não estão cientes de alguns fatos meio macabros, como, por exemplo, o Projeto Filadélfia.

P: Qual o recado que vocês dão àquelas bandas que ainda estão começando?
Gabriel: Nós ainda nos consideramos novos, pois a banda foi concretizada apenas em maio. O que posso dizer é: corram atrás dos seus sonhos, acreditem, não desistam, pois não é fácil. Sempre haverão barreiras que irão tentar impedir a gente de continuar e atingir o topo. Todos esses problemas não serão nada quando vocês se superarem e passarem por eles.

E aí, gostaram? Querem saber mais sobre a banda? Curta a página deles no facebook clicando aqui.
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Entrevistadores: Tamires Nobr
Transcrição: Samuel Ferreira
Edição: Tamires Nobre e Samuel Ferreira
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