Na semana passada (22/09/14), entrevistamos o baterista Diego Lourinho da banda Campo de Batalha, que tocou no projeto no dia 23/09/14 e foi uma das primeiras atrações no show de comemoração ao aniversário do IFPA (Instituto Federal do Pará) - Campus Belém. Além do Diego, a banda é composta por Alex Souza (guitarra base), Fábio
Santos (teclado), Michel Thiago (baixo), Samuel Rodrigues (vocal) e Josué Abner
(guitarra solo).
Diego: Tínhamos outro nome e outra formação; o nome da banda
era “Enaltecer”. Alguns integrantes
saíram por motivos pessoais, alguns viajaram à trabalho, outros saíram porque
quiseram. Então, fiquei como único integrante remanescente da banda. Recrutei
novos integrantes ainda com o nome “Anoitecer”, e, depois que consolidamos os
novos integrantes, Alex, o guitarrista, sugeriu que mudássemos o nome da banda.
Pensamos e logo chegamos ao nome atual: “Campo de Batalha”, que tem o sentido
de uma batalha espiritual. Nós, como uma banda cristã, cremos nos “resgate” do
homem, na sua salvação através da fé em Jesus, logo entendemos que isso é uma
batalha espiritual, há um campo em que vivemos, um meio, e a batalha espiritual
acontece nele. Foi dessa maneira que surgiu a banda.
P: Quanto às suas músicas, elas são autorais ou covers?
Diego: A respeito das autorais, ainda estamos no processo de
composição. Desde o começo do ano, quando temos tempo após os ensaios, nós
sentamos e tentamos compor algo. Temos algumas letras escritas, alguns arranjos
em fase de composição, mas ainda não temos nada definido. Pretendemos, ainda
neste semestre, após nossos shows, sentarmos para compor as músicas e fazer as
bases para, pelo menos, em Janeiro ou Fevereiro já estarmos em processo de
produção para tentarmos gravar nossa demo
e termos nosso material físico e virtual para que possamos divulgar para a
galera.
Diego: Na verdade,vocês são os primeiros que nos perguntam
sobre isso. Mas vemos estampado nas expressões das pessoas essa idéia de
estereótipo. Quando vamos às igrejas, percebemos certo espanto por parte das
pessoas, principalmente nas pessoas com mais idade. Quando já estamos na
segunda ou terceira música, já percebemos uma euforia por parte dos jovens,
querendo interagir conosco, querendo participar, mas fica aquela coisa, né?
Porque na igreja as pessoas estão acostumadas com hinos mais calmos, ou até um pop rock. Quando tocamos em eventos
abertos, o pessoal já vem com o intuito de curtir o evento, então quando partimos
para uma coisa mais pesada o pessoal realmente curte e gosta dos arranjos. Nós
pegamos algumas músicas do hinário cristão, algumas músicas muito famosas nos
meios protestante e católico e as transformamos em heavy metal. De início, as pessoas não reconhecem as músicas, mas
quando escutam a letra, o pessoal já chega perto da banda, começam a interagir
conosco.
P: Quando vocês vão a outros eventos, como é a receptividade
das outras bandas?
Diego: A princípio, quando as bandas não nos conhecem, rolam
algumas coisas como: “Caraca, heavy metal
cristão?”. Mas, muitas vezes, conhecemos pessoas de mente aberta, que ficam
curiosas à nosso respeito. Então, imagina o Angra
com letras cristãs; eu digo que, basicamente, somos isso. É claro que não
estamos no mesmo nível, né? Angra é “top dos tops” no heavy metal, mas
a idéia de arranjos é seguir o mesmo ritmo. Também somos muito influenciados
pelo Dream Theater, Oficina G3, que são bandas de metal
progressivo que curtimos bastante e as consideramos como influência para fazer
nosso estilo. Voltando a questão da receptividade, as pessoas falam, mas depois
vêem que não somos um “bicho de sete cabeças”, que não somos aquelas pessoas
que prezam apenas pela formalidade, que somos apenas seres humanos. Depois
conversamos, batemos um papo, discutimos sobre as influências que temos em
comum e a partir disso as pessoas vêem que somos pessoas bem legais. Chegamos
até a fazer convênio com outras bandas e tal, se por ventura a banda em questão puder nos encaixar em algum
evento, eles encaixam, ou vice-versa, e assim vamos tendo contato. Eu
particularmente tenho mais contatos no meio secular do que no meio cristão,
pois no meio cristão são poucas as bandas existentes no estilo do metal. Vemos muita banda na igreja, mas
fora da igreja é incomum. Temos sempre uma boa interação com a galera de outras
bandas.
P: Qual o objetivo de vocês ao tocar gospel em forma de heavy?
Diego: Nosso objetivo é meio questionativo, pois as pessoas
costumam pensar que o heavy metal não
tem nada a ver com musica cristã, então nós temos a proposta de quebrar esse
tabu e mostrar que, além do heavy metal
ser um som pesado e que gostamos de fazer, pode também passar uma mensagem
positiva, passar uma mensagem do que cremos, pode-se contar uma experiência que
tivemos, ou uma experiência pessoal, tudo isso com bases bíblicas; ou também
pode-se contar sobre sentimentos ofuscados, sobre mágoas que podem ser saradas
e sobre alguém que pode curá-las. Nós cremos nisso, que Jesus Cristo é nosso
salvador e que, através de nossa crença, podemos resgatar e levar essa mensagem
para muitas pessoas. No último sábado, um guitarrista de outra banda chegou e
disse que tocávamos muito bem e ainda
falou uma coisa que me gratificou muito; ele
disse que conhecia três bateristas muito bons, e que eu era o terceiro. Então eu disse: “Ah, cara... Para com isso.
Você ta brincando, né?”; Mas aí ele falou: “Sério, cara... Sem demagogia, estou
falando sério”. Naquele momento me senti honrado, e agradeci pelo elogio. Eu levo
isso para a banda porque nós somos como uma família. Nessa nova formação, vamos
nos entendendo, contribuindo uns com os outros. A faixa etária da banda é
diversificada, uns são adolescentes, já outros são adultos, com isso trocamos
experiências e isso nos permite passá-las para as canções, experiências essas
que podem ser repassadas para outras pessoas que podem ter passado pelas mesmas
situações, fazendo com que a pessoa se identifique com a música. Não temos o
intuito de forçar a nossa crença para alguém, isso está fora de cogitação; nossa
idéia é de tipo, se você quiser aceitar a crença, beleza; mas se não, beleza
também, estaremos orando por você. E assim vamos seguindo.
Campo de Batalha em apresentação no projeto Planeta do Som no dia 23/09/14. |
P: Vocês já tocam há um bom tempo, e já devem ser bem
conhecidos em Belém. Como está a agenda de vocês?
Diego: Olha, vou ser sincero, eu realmente espero que
estejamos conhecidos aqui porque, com isso, receberemos convites. Na verdade,
nós temos ido atrás, como toda banda com formações novas (como é nosso caso).
No dia 2/10 estaremos no Distrito, tocando em um evento escolar, no dia 9/10
estaremos em Mosqueiro, em um festival de música gospel, e no dia 17/10
estaremos em Icoaraci, em outro festival de música gospel. Nós cremos que, fazendo
boas apresentações, muitas portas se abrirão e convites irão aparecer.
P: Por último, qual a mensagem que você deixa para as demais
bandas?
Campo de Batalha em apresentação no projeto Planeta do Som no dia 23/09/14. |
Se você quiser conhecer mais sobre a banda Campo de Batalha, curta a page deles no Facebook clicando aqui. Comente sobre esta entrevista no campo abaixo. Sua opinião é muito importante para nós!
--------------------------------------------------------------------------------------------
Entrevistadores: Tamires Nobre e Mateus Ataíde
Transcrição: Samuel Ferreira
Edição: Tamires Nobre